Um excelente documentário sobre o
movimento Hippie de Haight-Ashbury a Woodstock, todo os perigos e
descobertas excitadas por uma galera ávida por liberdade e transformações. Ótima
oportunidade para quem quer saber de onde surgiu a indústria da música pop,
medicinas alternativas, educação ambiental, movimento feminista e a maior de
todas elas, o computador e a informação em rede conhecida por todos nós como
internet.
sexta-feira, novembro 30
quinta-feira, novembro 29
Nhô Dézio e o Encosto
Nhô Dézio é um matuto Nascido e criado
no mato, depois de velho, um dos filhos resolveu leva-lo pra passar uns dias em
sua casa para dar um certo conforto ao pai senil. O problema que Nhô Dézio era
muito ingênuo, acostumado a vida simples da roça, tudo o que via na casa do
filho parecia novidade e lhe causava certa estranheza.
Mas se tinha uma coisa que fascinava
Nhô Dézio, era a televisão. Ele às vezes ficava intrigado de como aquelas
pessoinhas cabiam dentro daquela caixa. Se ria sozinho imaginando que se
quebrasse o vidro e elas fugissem, seu filho ficaria zangado com ele.
O tempo foi passando e Nhô Dézio foi se
acostumando com a televisão e com outro aparelho que ele também apreciava
muito: o telefone. Aprendeu a usar e ligava para os parentes, filhos, achava
incrível como a voz das pessoas saiam daquela estrovenga.
Certo dia Nhô Dézio ficou em casa
sozinho, pois o filho havia saído pra trabalho e só voltaria à noite, mas como
o velho já vinha se acostumando com a casa e era ativo, não via problema em
deixar o velho em casa. Nhô Dézio ligou a TV e sentou-se no sofá, na televisão
passava um programa religioso onde um pastor pregava raivosamente. Falava dos
‘encostos’ e dos problemas que eles provocavam na vida da pessoa.
Nhô Dézio não titubeou, pegou o telefone e ligou pro numero que aparecia na tela.
- Alô! É do moço que resorve o pobrema dos incôsto?
- Sim Irmão! Qual é o seu problema?
- É qui eu tô cuns pobrema cum um incôsto aqui em casa.
- Isso é muito sério irmão!
- E eu num sei? Craro! Desde qui cumeçô, eu vévo chei de dores!
- Conte irmão! Fale que eu lhe escuto.
- Pois iscute intão! Esse tar de incôsto vévi me dano dor de cabeça, dor nas costa, inté passei quase uma tarde intrevado por causa desse mardito incôsto!
- Ta amarrado irmão! Você tem que vim aqui na igreja, pra sessão do descarrego pra gente acabar com esse seu problema.
- Ta certo intão, eu vô e levo o danado do Incôsto pra vocês darem jeito.
- Como? O senhor ta dizendo que vai trazer o encosto?
- Craro! Num é vocês que vão dar jeito?
- Sim, mas como o senhor vai trazer esse encosto?
- Na cabeça, ara! Ou então carrego até aí. Tem argum pobrema?
- Não... bom.. nunca vi algo desse tipo... bem... hãm... mas o senhor é quem sabe.
Nhô Dézio desligou o telefone e sorriu contente, finalmente iria dar jeito naquele problema que lhe afligia.
Na hora marcada, Nhô Dézio estava na
igreja, todos o olhavam espantados, enquanto ele adentrava a igreja, se
dirigindo ao palco, carregando em uma das mão um grande encosto de cadeira
quebrado.
quarta-feira, novembro 28
Roqueiro aparece anoréxico em fotos
O ator e músico (vocalista
da banda 30 Seconds Mars) Jared Leto que já atuou em filmes como Requiem Para um Sonho e O Senhor das Armas, pousou para o fotógrafo Terry Richardson, nas fotos o músico
aparece com uma magreza assustadora, meio andrógina. As fotos foram tiradas
para o filme Dallas Buyer´s Club, o ator fará o papel de um portador de HIV
homofóbico, usuário de drogas que ao descobrir que era soro-positivo teria
apenas 30 dias de vida. Baseado na história de Ron Woodroof, o longa esta previsto para ir aos cinemas
em 2013.
Clipe da banda de Jared Leto.
Regulamenta a profissão de historiador ou desregulamenta todas as profissões
Recentemente
foi aprovado no Senado Federal o projeto de lei de autoria do senador Paulo
Paim do PT (Partido dos Trabalhadores) – RS (Rio Grande do Sul), que
regulamente a profissão de historiador, mas com fortes contestações de alguns
senadores como o Pedro Taques do PDT (Partido Democrático Trabalhista) – MT
(Mato Grosso) e Aloysio Nunes do PSDB (Partido da Social Democracia Brasileira)
– SP (São Paulo) que são contrários a regulamentação.
Há
anos que as organizações como a FEMEH (Federação do Movimento Estudantil de
História), C.A`s e D.A`s do curso de história e a ANPUH (Associação Nacional
dos Professores Universitários de História) lutam pela regulamentação da
profissão, porque é comum vermos sociólogos, advogados, juízes, médicos,
políticos, diplomatas, desembargadores, profissionais liberais de outras áreas
e até mesmo pessoas comuns que não tem diploma de nível superior se intitularem
historiador. Você é contra? Não!
Mas
é justo que historiadores, como eu, serem reconhecidos profissionalmente e ter
essa profissão reconhecida. Quais os benefícios irão causar com a
regulamentação? Vários, que irei apontar abaixo:
- > Com a regulamentação, os profissionais poderão de fato registrar os sindicatos
ou criar um sindicato que represente a categoria e defenda os interesses, como
a OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), por exemplo.
- > Os
profissionais poderão lutar pelo piso salarial, que já é uma realidade em
algumas profissões, como a dos professores por exemplo.
- > Criação
de vagas nos concursos públicos para os historiadores, especialmente aos
bacharéis (como eu) em museus, arquivos públicos, bibliotecas, e em repartições
públicas e privadas. E como também se especificar nos planejamentos urbano nas
cidades em caráter de preservar os patrimônios históricos, montar uma
consultoria a respeito e o mercado pode se ampliar para esses profissionais.
- O
historiador ficará cada vez mais valorizado e respeitado, tendo os direitos
autorais sobre artigos, livros e pesquisas cada vez mais assegurado e
reconhecido.
Se
não é pra regulamentar a profissão de historiador, que desregulamentamos então
todas as profissões. Porque se for analisar bem, grande parte das profissões
hoje que são regulamentadas no passado não muito distante e ainda presente nos
dias de hoje, eram feito por qualquer pessoa e nem precisavam de diplomas. O
barbeiro exercia a função de dentista ou Tiradentes, usava a cachaça nos
clientes como anestésico para diminuir a dor e arrancava os dentes com o
alicate comum que às vezes nem era esterilizado.
Foi
assim aqui no Brasil durante séculos até mesmo no século passado (XX), se não
havia médico, recorria-se a feiticeiros e curandeiros, principalmente em
interiores que ficam bem distante nas cidades, e a mulher quando quer dar luz
ao filho? Recorria-se as parteiras, encarregadas no processo de parto. E se
analisarmos bem, essas “profissões” ainda existem, inclusive aqui no Maranhão,
em que feiticeiros, curandeiros e parteiras ainda existem. Principalmente nos
interiores, onde a pobreza extrema e a exclusão social é o cenário
predominante, especialmente nos povoados que ficam bem distante nas cidades, e
o acesso a saúde pública é precária e a existência dos profissionais de saúde
quase inexiste, principalmente os médicos.
E
eles são os grandes conhecedores da medicina natural, principalmente de
medicamentos oriundos de plantas que garante a cura de muitas doenças, e
contribuem bastante na amenização do sofrimento das pessoas e no salvamento de
vidas em localidades de difícil acesso.
Mesmo
com todo esse trabalho, muitos dos médicos e enfermeiros vindos nas
universidades se recusam a reconhecer o trabalho dessas pessoas, o tratam como
ignorantes e desinformados, incluindo o preconceito e a discriminação social e
racial, sendo uma eterna briga entre os médicos e enfermeiros com os
curandeiras, feiticeiras e parteiras.
O
que falar das construções civis? Muitas residências foram feitas sem precisar
de engenheiro e arquiteto e com pedreiros que não tem sequer o ensino
fundamental completo. O que falar das construções navais? Muitas embarcações
artesanais são feitas por mãos talentosíssima de pessoas que nem sequer colocou
os pés numa escola, e não precisam de auxilio dos engenheiros navais. Aqui no
Maranhão temos as embarcações artesanais mais lindas do Brasil ou até mesmo do
mundo, da mão de pessoas analfabetas ou semianalfabetas na maioria.
terça-feira, novembro 27
Narrador em Terceira Pessoa
Estava ali pra fazer uma inscrição
para uma prova de digitador. Salário
mínimo. Mas bom. O prédio era enorme. Estilo Militar. Realmente lembrava muito
os tempos que dormia naquele batalhão do exército e as pessoas o chamavam de
peixe. Mas estava fora dali. Outra vida. Outras Portas. Mas eram tantas portas
que não sabia qual era acerta pra entrar e fazer a inscrição e a pessoas que circulavam
no imenso corredor também não sabiam. Decidiu entrar numa porta. Havia varias
pessoas sentadas em círculo com aspecto sério discutindo algo sério ao seu ver.
Homens de cérebro grande. Pensou.
Escolheu sentar e ficar ouvindo aquele papo. Alguém pediu sua opinião. Disse
que tinha entrado por engano, e que não tinha nada pra opinar e queria saber
mesmo era onde fazia a prova pra digitador. Alguém mandou ele ler livro e um
outro disse que a prova pra digitador ficava na sala adjacente.
Saiu e ficou com a idéia
fixa na cabeça: ler um livro. Na Biblioteca Pública. Pelo menos o prédio não tinha
a dureza militar. Tinha imensas janelas que deixavam o vento circular pelo
vazio do hall e deu seu nome e endereço pra sua permissão de tocar nos livros
pra negra de cabelo curtos e sorridente na balcão de atendimento. Começou a ir
pra lá e agora em outros corredores via prateleiras carregadas de livros e
escolhia ao acaso. Isso foi durante quase um ano. Não passou na prova digitador
e tinha tempo de sobra. Sobrevivia da pensão da sua avó. E pensava que se lesse
muitos livros poderia passar pra uma faculdade e não repetir a prova para ser um
mero digitador. Voltou aquele prédio e aquelas portas paralelas ao corredor.
Entrou na mesma porta de um ano antes. Reconheceu alguns rostos. E ainda
discutiam o mesmo assunto de forma seria. Alguém pediu sua opinião.
Ficou uns segundos calados.
Mais alguns segundos e respondeu : “só sei que nada sei”. Houve um tumulto
alguns se levantaram outros se espancaram outros se mataram e um pulou do
prédio.
Realmente não projetou aquele
reencontro com um perfil tão trágico. Pensou que tudo não passava de uma brincadeira
de mau gosto. Se não era atores. Olhou pra porta e não existia mais ela. Sabia
o quão fantástico estava se tornando aquilo que começou com um erro de porta.
segunda-feira, novembro 26
O HOBBIT - CHEGOU A HORA
O diretor e produtor Peter Jackson criou uma espécie de diário
de gravação para o aguardadíssimo (O Hobbit, uma jornada inesperada) na nona
apresentação desse diário colocado pelo mesmo no youtube, ele fala que o filme
ficará pronto dois dias antes da estreia, que será dia 28 de Novembro. O Hobbit
será filmado em forma de trilogia, a segunda irá aos cinemas antes do fim do
ano e o terceiro e último filme da saga sairá em julho de 2014. O filme é o
segundo livro do escritor J.R.R. Tolkien que Peter Jackson dirige e produz, uma
curiosidade sobre as filmagens foi a informação que o ator Ian McKellen chorou durante a gravação de uma cena,
quando foi obrigado a atuar na frente de um fundo verde, segundo algumas fontes
ele se recusou, mas foi convencido a atuar na cena.
Trailler de (O Hobbit uma jornada inesperada)
domingo, novembro 25
Encontro marcado
Ouça e leia.
Eles haviam se conhecido no penúltimo ano da faculdade de
arquitetura, ela já havia desistido de filosofia e letras, ele sempre soube o que queria ser, somente depois da terceira tentativa conseguiu entrar no curso. Ele
vinha de família judia e ela de católicos praticantes, mas nos últimos tempos
haviam se aproximados do Seicho-no-iê por conta de uma amiga oriental dela, que
também havia iniciado eles no Feng-Shui. Haviam se casado no verão de 89 e
passado a lua de mel nos Lençóis Maranhenses, pois a família dele vinha
daquelas terras. Os filhos vieram três anos depois quando eles já tinham
montado com muita luta seu primeiro escritório de arquitetura. Era um casal,
depois desses não houve mais nenhum. A vida estava estabilizada, todos os
planos traçados de uma certa forma estavam realizados, algumas coisas
incomodavam a gastrite dele, causada pelos projetos de clientes nem sempre
pacientes, e do lado dela uma enxaqueca crônica que ela tratava com a arte do Bonzai.
Nos últimos tempos às atenções estavam voltadas para os filhos, a garota estava
tentando biologia e o rapaz fazia educação física e iniciava uma carreira
promissora de surfista. Somente aos domingos eles se reuniam para almoçar, mas rápido
os filhos saiam e os dois passavam o resto do dia entre seriados, comedias
românticas e fast-food.
Bem recentemente ela estava ausente do escritório por conta
de um curso de decoração que estava ministrando para alunos de terceira idade,
somente ele cuidava dos projetos, certo dia ela precisou passar no final da
tarde para pegar uns livros que havia deixado no escritório e não percebeu sua
presença por lá, perguntou para a secretária e soube que ele sempre saia uma
hora mais cedo, em dias alternados na última semana. Depois daquele dia uma
fina desconfiança não saia de sua cabeça, as perguntas eram várias, certo dia
pensou em perguntar onde ele passava as horas que compreendia a saída dele do
escritório e a chegada em casa, mas refletiu e achou por bem segui-lo e acabar
com aquele desconforto. No final da tarde de quarta-feira ligou para o
escritório e soube que ele já estava próximo de sair, ficou no inicio da rua
esperando sua saída olhando de dentro do carro, logo depois o seguiu até um
lugar meio afastado da cidade, era um parque meio esquecido pelo poder público,
poucas eram as pessoas que frequentavam aquele local que estava fora de moda, do
lado de fora observou o portão sendo aberto por um porteiro e a entrada dele no
local. Depois de meia hora aguardando e observando que ele continuava lá, tomou
a decisão de entrar e ver de mais perto, entrou a pé e perguntou ao porteiro
dando as características dele, se aquele homem sempre estava por lá, o porteiro
acenou dizendo que sim. Seu coração deu um salto ela adentrou e começou a andar
pelo parque, eram poucas pessoas alguns idosos e mães com crianças pequenas, lá
no fundo observou que havia um lago com alguns bancos de madeira de frente,
procurou e não viu nada, o lago era limpo e refletia os últimos raios de sol do
dia, caminhou até mais perto e viu um homem de costa sentado em um banco no
canto afastado do parque, aproximou-se e viu que era ele, sozinho olhando
fixamente para o lago, aguardou mais uns minutos e o viu saindo e cruzando o
parque em direção à saída. No caminho de volta para casa o seu celular toca,
era ele, trocaram algumas palavras, e depois de alguns uns instantes parada no
semáforo ela acelerou e olhou para a sua aliança que naquele fim de tarde parecia
brilhar mais do que nunca.
sábado, novembro 24
BackBeat - Os 5 Rapazes de Liverpool
A partir dessa postagem darei inicio a série de melhores
trilhas sonoras para cinema, sempre com grandes participações de bandas e artistas
nos grandes momentos da sétima arte. De inicio temos a trilha de (BACKBEAT – OS
5 RAPAZES DE LIVERPOOL). Dirigido por Iain Soffley, o filme saiu em
1994, com John Lennon (Ian Hart) e Stuart Sutcliffe (Stephen Dorff) organizam
uma viagem a Hamburgo para tocar com Paul McCartney (Gary Bakewell), George
Harrison (Chris O’Neill) e Ringo Starr (Paul Duckworth). O filme dentro da
filmografia dos FAB-FOUR se sobressai por tratar do inicio da banda, quando
inclusive tinha uma outra formação, contando com detalhes como foi a temporada
deles em Hamburgo na Alemanha. Personas importantes na formação do mito estão
lá, Stuart Stucliff e sua namorada Astrid, Klaus Voorman artista plástico
responsável pela capa do álbum (Revolver). Sem dúvidas para quem deseja
entender como iniciou um fenômeno chamado mais tarde de Beatlemania.
A trilha é uma das mais festejadas
quando o assunto é trilha de filmes biográficos, foi formada uma banda chamada (BACKBEAT
BAND) que tinha em sua formação gente
como Dave Grohl (Nirvana/ Foo Fighters) na bateria, Mike Mills (REM) no baixo e
vocal, Thurston Moore (Sonic Youth) na guitarra, Greg Dulli (Afghan Whigs) e
Dave Pirner (Soul Asylum) nos vocais. As músicas
eram todas grandes clássicos do rockabilly canções de Chuck Berry, Eddie Cochrane,
Jerry Lee Lewys e outros, as mesmas músicas que faziam parte do repertório dos
Beatles na fase Hamburgo, sem dúvidas imperdível para cinéfilos e
beatlemaniacos.
Trailler do filme.
sexta-feira, novembro 23
A metáfora do malabarista
Num mundo
de objetos e imagens velozes; de certezas com estruturas instáveis; de corpos
sem pausas ou intervalos; de excessos de passos frenéticos sobre superfícies
móveis; de manipulações diversas,
a ação do malabarista é a metáfora máxima da condição do homem presente nesta intitulada pós-modernidade.
Num gesto semelhante ao do malabarista, todos parecem estar equilibrando no ar as suas verdades éticas, morais, espirituais e afetivas.
Da mesma maneira que a clave não para na mão do malabarista por mais de um segundo, uma verdade definitiva também não se detêm na consciência do homem deste momento histórico. Tudo parece estar só de passagem.
Não há perspectivas para o olhar. Os olhos só focam a limitada área na qual a ação imediata se realiza. O olhar vigia o movimento do objeto.
O objeto nunca é conhecido no toque das mãos, no nível da apreensão sensível, mas sim na observação e controle do seu movimento.
A rapidez com que as claves passam pela mão do malabarista parece ser a mesma rapidez com que as coisas passam pela existência do homem atual.
O importante não é o contato, mas sim o controle de tudo que passa.
O controle do corpo, o controle dos objetos, o controle da ação, o controle da natureza, o controle das relações, o controle do tempo...
O controle, até, da inexorável força gravitacional que conduz os corpos ao seu definitivo final: a queda.
Em cada apresentação de um malabarista, estará exposta a metáfora da nossa condição atual: o equivocado desejo de controlar o movimento da vida por intermédio de habilidades inúteis.
Pois, hora ou outra, a força da gravidade vence, e clave vai ao chão.
a ação do malabarista é a metáfora máxima da condição do homem presente nesta intitulada pós-modernidade.
Num gesto semelhante ao do malabarista, todos parecem estar equilibrando no ar as suas verdades éticas, morais, espirituais e afetivas.
Da mesma maneira que a clave não para na mão do malabarista por mais de um segundo, uma verdade definitiva também não se detêm na consciência do homem deste momento histórico. Tudo parece estar só de passagem.
Não há perspectivas para o olhar. Os olhos só focam a limitada área na qual a ação imediata se realiza. O olhar vigia o movimento do objeto.
O objeto nunca é conhecido no toque das mãos, no nível da apreensão sensível, mas sim na observação e controle do seu movimento.
A rapidez com que as claves passam pela mão do malabarista parece ser a mesma rapidez com que as coisas passam pela existência do homem atual.
O importante não é o contato, mas sim o controle de tudo que passa.
O controle do corpo, o controle dos objetos, o controle da ação, o controle da natureza, o controle das relações, o controle do tempo...
O controle, até, da inexorável força gravitacional que conduz os corpos ao seu definitivo final: a queda.
Em cada apresentação de um malabarista, estará exposta a metáfora da nossa condição atual: o equivocado desejo de controlar o movimento da vida por intermédio de habilidades inúteis.
Pois, hora ou outra, a força da gravidade vence, e clave vai ao chão.
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