Eu andando por esse Maranhão afora como professor e caixeiro viajante, percebi a dificuldade das populações que vivem nos povoados para terem acesso as sedes de seus municípios, a exemplo disso é povoado Buritirana que pertence ao município de Loreto, que fica a margem da BR 230 que leva a Balsas, e fica a 30 km da sede de Loreto – MA, sendo que deve usar a rodovia estadual (MA) onde há um entrocamento a margem da rodovia federal que o leva a esse município.
A rodovia estadual que leva a Loreto está boa, com pouquíssimos buracos e ondulações, a cidade é pequena, típico interior em que as pessoas quando não tem nada a fazer ficam nas portas de suas casas para bisbilhotar as pessoas que andam nas ruas e jogam conversa fora, especialmente as senhoras.
O sistema de transporte é precário, que não há sequer o táxi, somente o moto táxi, carros pau de arara, vans ou carros pequeno de passeio. Quando estive na cidade pra lecionar na Universidade Estadual do Maranhão por meio do Programa Darcy Ribeiro, tive dificuldade em ir ou sair da cidade, porque há horários dos veículos que vão ao povoado Buritirana e a Balsas – MA, principalmente pra sair da cidade que deve ser no máximo as 06h00min da manhã, passou nesse horário e não pegou nenhum dos veículos fica preso, é a mesma forma no povoado, não pegou veiculo até as 07h00min da manhã fica preso, nas quais os carros só vão de meio dia (12h00min) as 14h00min.
Em razão disso é bastante complicado, porque quem mora em Loreto (na sede) sente-se sem o meio de deslocamento para ir a localidades fora da cidade, os que não têm carro próprio é claro, e a cidade é pequena, mas o mapa ao ver é grande, porque há povoados que ficam a 1 hora da sede, indo de carro e enfrentando estradas de terra.
Quem mora no povoado Buritirana e Mato Grosso que pertencem a Loreto e ficam a margem da BR, tem deslocamento, em virtude de morarem na beira da rodovia federal, e não tem precisão de ir a sede, é mais interessante e ágil ir a outros municípios como o São Raimundo das Mangabeiras e Balsas porque são cortadas pela mesma rodovia (BR 230).
Isso é uma realidade em praticamente todo o Maranhão, que os povoados são distantes da sede e sofrem com o descaso do governo municipal, principalmente com o transporte e infra estrutura, não é toa que alguns deputados da Assembléia Legislativa do Maranhão estão propondo a criação de novos municípios, não estou aqui também defendendo a criação de novos municípios, porque sabemos que isso não irá mudar em nada, apenas vai criar novos currais eleitorais e criar novos grupos oligárquicos que irá usufruir do poder com ajuda de deputado e de verbas do governo estadual e federal para manter as novas cidades interioranas.
Mas há uma grande distancia das sedes dos municípios com os seus povoados, que o governo municipal não dá nenhuma sustentação pra fazer a ligação no intuito de diminuir essa distancia. Por exemplo, seria bem interessante prefeitura municipal de Loreto criar uma companhia municipal de transporte com os ônibus coletivos para rodar o dia todo em todas as localidades, principalmente aos povoados mais distantes, que infelizmente isso não ocorre devido ao interesse desses gestores.
Enquanto não há transporte, prevalece os veículos paus de arara, que são as caminhonetes da GM (General Motors) – Chevrolet com os modelos D – 10 e D – 20 (são maioria) que tem mais de 30 e 20 anos de uso respectivamente. Em que muitos estão em péssimo estado de conservação e manutenção, onde pessoas, animais ou qualquer mercadorias são transportados juntos nesses veículos.
Isso eu presenciei quando estive em Formosa da Serra Negra – MA, quando estava indo para Grajaú – MA, em que eu fiquei de meio dia até as 5 horas tarde, quando veio o ônibus da empresa Açailândia que ia ao município citado anteriormente. Porque não havia carro e muito menos van, e vi uma dessas caminhonetes transportando pessoas, botijão de gás, querosene e gasolina, o veiculo estava lotado, mas tão lotado, alguns passageiros estavam sendo transportados em cima da cabine que fica o motorista e uma mulher em pé se apoiando na grade e com o pé sobre porta da carroceria que tava aberto pra “acomodar” os passageiros e os produtos citados anteriormente.
Eu mesmo já viajei num desses pau de arara, de Fortaleza dos Nogueiras – MA até Formosa da Serra Negra – MA, e numa dessas minhas viagens o motoristas levou uma pia de uma passageira que ficou na cabine junto com ele, e teve que abrir a porta da carroceria para transportar os passageiros que ficaram se apoiando na grade superior que cobre a carroceria.
Essa é a realidade que estou vendo e percorrendo em nosso estado, que eu sempre falo aos meus alunos, quando era estudante rodei praticamente todo o Brasil, conheci todas as regiões (exceto o sul) e como professor, estou rodando por esse Maranhão afora, vendo mais de perto as realidades.
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