domingo, julho 8

Não te comi do Nada



Eu não sou nada nunca serei nada não posso querer ser nada  a parte isso, tenho em mim todos os sonhos do mundo e eu só tinha esses versos na minha cabeça que nem do autor sabia quando te conheci e me apaixonei e vc esnobou os versos  minhas espinhas minha boca torta minha fala estranha meu inglês ruim e tudo mais de mim.

E um dia minhas palavras começaram a fazer sentido pra pessoas, me colocaram num trono, me puseram um coroa de ouro e vc reapareceu ao meus pés. Beijava e beijava como uma puta sem vergonha de um cabaré de segunda. E ainda me disse toda saidinha e cheia de falsa intimidade: - Meu Rei! Eu te amo. Então meu súditos me perguntaram: - Quem é ela? Respondi: - Nunca a vi. Mate-a. E façam um Banquete com suas visceras pro meu jantar e tripa façam um fritinho pra petisco.

De entrada comi seus dois rins picadinhos com seu figado, baço pulmão e pancreas refogado ao molho de tomate e cebola e no prato principal que acabou de sair do forno me lambuzei com seu útero trompa de falopios clitóris labios maiores e menores e de saída seu cérebro cerebelo bulbo cozidos com batatas inglesas e por fim a tão saborosa e esperada sobremesa: o seu coração tão vermelhinho do sangue fresco que enguli com tanta delicadeza cru.



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