Basta está vivo para
morrer. Essa máxima não vale 1 crédito no curta Tele Morte de Roberth Nunes*. No
início do vídeo uma voz rouca e macabra e várias imagens numa TV nos
remete ao FIM DOS TEMPOS e logo depois o personagem Fredson aparece ( que é o próprio Roberth
Nunes, ratificando que aqui no Brasil já é uma constante se fazer
direção/atuação/roteiro e o diabo escambal) surge como um dos
sobreviventes discutindo via cel com uma telefonista e depois com um
telefonista como se fosse pra colacar o plano infinity pré da TIM ou resolver
um problema qualquer no Banco do Brasil, ele quer morrer, simples, ou “bater as
botas” como o próprio Fredson diz.
A trama se desenrola com a
conversa entre Fredson e o tele atendimento e as peripécias vão se formando
perante a burocracia pra se morrer. É impossivel não rir da situação do cliente
com sua atuação bastante séria e irritada (que rendeu-lhe o prêmio de melhor ator categoria vídeo no 34º festival Guarnicê de Cinema)
diante da dificuldade de conseguir um "plano de morte", após mais de
189 anos de vida, e várias doenças acumuladas. O tempo seria obviamente o Futuro, mas o cenário e o figurino deixa a
desejar, não consegue nos deslocar em outro tempo/espaço ou para a proposta de um contexto pós-apocalíptico, é apenas uma simples casa de qualquer conjunto habitacional com vários eletrodomésticos dentro,
mas o código de barras tatuado no dorso do pescoço do protagonista foi uma
grande sacada para a Ficção.
No fim, depois de vários
minutos e maus entendidos com os telefonistas, ele consegue uma
"morte indolor" e vai a uma espécie de sotão e se enforca, mas que
pena, ainda assim não morre, mesmo com a ausência da cabeça (um efeito especial sem lógica nenhuma).
* Cineasta Independente nascido na cidade Açailandia –
MA em 19 de Abril de 1983, atualmente reside na cidade de Imperatriz – MA, onde
trabalha como professor de língua inglesa.
Não tenha medo do pós-apocalipse - aperte play
Um comentário:
Não posso falar muito, pois não vi o curta, mas uma coisa afirmo, esse galera de Imperatriz sabe mexer com filmes, conheço alguns projetos muito bons. Como o documentário "Camelo", o projeto cinema no teatro, organizado pelo meu nobre amigo Renan, todas as segundas filmes no teatro municipal e debates sobre filmes que levam para uma discussão sólida. Enfim... Eles realmente trabaham essa veia de forma concreta com fundamentos e estudos, talvez a logística deve ter afetado cenários, não sei... pq como disse eu não vi o curta. Mas temos que nos atentar tb que sem verbas e olhos para certas partes da culura maranhense, não há muito o que se julgar, ou esperar....
Jorge Bastos (Escritor da coluna Fumaças no Espelho)
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