sexta-feira, outubro 7

Estado Democrático de Direito


Alguns meses atrás o Brasil acompanhou as polêmicas envolvendo o Deputado Federal do PP (Partido Progressista) do estado do Rio de Janeiro Jair Bolsonaro, relacionado ao casamento gay no qual é contra e da entrevista do Programa de TV CQC da Rede Bandeirantes que recebeu a pergunta da cantora Preta Gil se ele aceitaria o filho se relacionar com uma negra, de maneira infeliz e preconceituosa ele foi grosseiro com a cantora, soando um ar de racismo na sua resposta. Ele é conhecido devido a seus posicionamentos bastante polêmicos, uma delas é a defesa de forma clara ao governo dos militares (1964-1985) e da tortura.
Mas não são apenas aos generais, é contra também as cotas raciais, MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra), da demarcação de terra indígena,  união civil do mesmo sexo, regimes socialistas como a de Cuba, todos os movimentos sociais e doutrinas ideológicas no caso o socialismo e o comunismo.
Mas ressaltar que o Bolsonaro antes de ingressar na carreira política, o mesmo era militar do Exército Brasileiro chegando ao posto de capitão da corporação, sendo umas instituições públicas do estado mais repressora que sempre esteve a serviço da ordem e aqueles que estiveram no poder deste país.
Jair Bolsonaro representa uma parcela (que não é pequena) da sociedade que prega a manutenção da ordem e respeito as autoridades, preservando a família, igreja e a propriedade privada, tornando-se conservador e machista. Não sendo a toa que está no sexto mandato consecutivo de Deputado Federal (desde 1990 até os dias atuais).
É desta parcela da sociedade que representa e deposita a confiança através do voto a cada eleição. Sendo um dos pouquíssimos políticos em atividade de seu mandato que defende abertamente as suas convicções, enquanto a grande maioria dos políticos não tem a mesma coragem de fazer, pois pra maioria o que importa é o poder (José Sarney, por exemplo), não importando quem esteja a frente.
Não se trata aqui de defender o Bolsonaro, mas reconheço que ele é o mal necessário para o regime democrático que vigora o nosso país para os debates que ocorre no congresso, apesar de eu não concordar e condenar a maioria de seus posicionamentos.
Sei que o mesmo é uma ameaça para o país caso o Brasil numa eventualidade sofra o novo golpe orquestrado pelos militares (sendo que isso a principio está fora de contexto), mas a democracia que vivemos hoje permite que sujeitos como Bolsonaro tenha o direito e a legitimidade de expressar os seus pensamentos até de forma grotesca e torpe.
Em contrapartida, o regime democrático em que vivemos nos dá o direito de banir da política esse individuo através do voto em cada eleição. Eu particularmente sou contra a cassação do Bolsonaro (exceto se cometer o ato de decoro parlamentar), pois é o mal necessário para saber quem é quem no congresso.
A esquerda o classifica como reacionário e de direita, mas foi oposição durante o governo FHC (Fernando Henrique Cardoso) em dois mandatos (1995-2002), quem não lembra a polêmica frase do Deputado que o Presidente Fernando Henrique deveria ser fuzilado por ter privatizado a CVRD (Companhia Vale do Rio Doce) e chamado de traidor da pátria?
De forma coincidente, ele e os movimentos e partidos de esquerda foram contra a privatização da estatal, mas não implica que estiveram juntos e de mãos dadas, mas em lados oposto com o mesmo posicionamento.
Jair Bolsonaro como também o falecido Enéas Carneiro, defende a criação da bomba atômica no país e o plano de segurança nacional para preservar o território e a possível invasão/ocupação de estrangeiros, para preservar os nossos recursos naturais e minerais. E nessa parte convenhamos, o Brasil não há de fato uma política de proteção aos recursos naturais e minerais e muito menos de proteção nas fronteiras (o caso da floresta amazônica é o grande exemplo, em que todos os países a cobiçam, principalmente os Estados Unidos), sendo um país extremamente aberto e vulnerável as invasões/ocupações por fatores políticos e econômicos.
Não se trata de defender e muito menos elogiar, mas reconhecer a firmeza e a transparência dos seus posicionamentos, pois representa uma imensa parcela da sociedade que tem os mesmos ideais que ele prega abertamente.
Se quisermos eliminar o Jair Bolsonaro (politicamente), teremos que eliminar um grande contingente que está espalhado nos quatros cantos deste país, pois ele é um aos milhões existentes em todo o Brasil, e é essa ala que é representada no Congresso.
Como a célebre frase de um estadista inglês que marcou a sua história no séc. XX:


2 comentários:

Anônimo disse...

o que é certo é q vivemos numa democracia, e ele tem peito pra falar o que pensa, que seja homofobico, machista e racista entres outras coisas assustadoras. Como vc disse, o que nos resta é o voto, pra eliminar quem não estamos a fim.

Diego

Anônimo disse...

Mais do que peito Diego, ele tem imunidade parlamentar. Que democracia é essa?! Uns podem e outros não? Agora, de fato, é o voto que ainda é nossa voz. Alice