quarta-feira, agosto 3

VIPs - o jeitinho brasileiro ao ápice.

Comprei o pirata numa das dezenas de bancas do meu bairro (entrando no clima do filme é um crime 171 e sou cúmplice). Por três motivos: o primeiro que tinha 2 reais trocados no bolso, e o segundo é que gosto das atuações do ator Vagner Moura e o terceiro era um filme brasileiro. Nem li a sinopse e fui assistir. O filme é marcado pela presença do pai do Marcelo (Vagner Moura) aparecendo com o clássico uniforme de piloto de avião Injetando aforismos orientais na cabeça do rapaz talvez assim justificando a construção da psicose maníaca do personagem com sérios problemas de identidade (pra mim se torna um típico malandro brasileiro ao ápice querendo ser um bacana) tentando fazê-lo um grande homem (no caso um aviador como ele). E o cara realmente se torna um piloto de avião (dos pequenos), mas fora dos meios legais (sem servir a Aeronáutica ou passar no ITA) contrabandeando drogas entre a fronteira do Paraguai e do Brasil já com o nome fantasia de Carrera e um boné vermelho cantando e imitando Renato Russo nos bares de Paraguai (cena marcante). Ri um bocado durante o filme e torci pelo sucesso de Carrera (quando li a critica especializada dizem que foi um erro do diretor tentar criar esse vínculo com o espectador, pois o filme é baseado em fatos reais de um homem que sabe que seu destino foi parar na prisão - coisas de quem nao ler sinopse).
Enfim o cara é atuado em flagrante no Paraguai pela Policia Federal brasileira com um carregamento de drogas e depois de um depoimento recebe um rápido alvará de soltura vindo de Brasília. Volta pro sul do Brasil e pra sua mamãe cabeleireira que corta seu cabelo à mauricinho e vai parar mirabolante(mente) no carnaval de Recife como filho do dono da aviação aérea Gol. No meio só de gente bacana o malandro transa com uma coroa rica e sempre bêbada viciada em tarja preta que é a única que sabe que ele é um mentiroso (pois conhece pessoalmente o filho do dono da Gol) e ela ainda topa fugir com ele no jatinho do seu marido (super apaixonada). E ele foge mesmo no jato, infelizmente sem ela (torcia por aquele romance absurdo), logo depois de a farsa ser descoberta quando aparece em rede nacional no programa do Amaury Jr (em carne e osso no filme; dessa vez não sei se atuando). Preso ainda teve  a puta cara de pau de se passar por um membro do PCC e negociar uma rebelião. Não sei quem deve melhor ganhar o kikito de melhor ator se o cara de verdade ou se Vagner Moura.
Depois vendo os créditos do Longa vi que tinha o dedo de Fernando Meireles (Cidade de Deus, Ensaio sobre a Cegueira) e que o gênero do filme é drama. Jurava que era uma comédia. Acho que fui enganado. Puta um 171 esse diretor. Qual o nome dele? O cara é da O² filmes... Patrocínio Federal. Brincadeiras a parte. Me veio a minha memória de cinéfilo a atuação de Matt Damon em o Talentoso Ripley onde um ator interpreta um ator da vida real. Deve ser um interessante laboratório. Que diga Vagner Moura.

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