O
artigo anterior disse que o governo Temer corre o sério risco de não terminar o
mandato no dia 31 de dezembro de 2018, e parece estar se concretizando devidos
os últimos acontecimentos desde a retomada dos trabalhos no poder legislativo e
judiciário neste ano.
O
mais marcante foi à misteriosa morte do Ministro Teori Zavascki, relator da
lava jato que semana antes iria homologar a delação premiada dos executivos e
ex-executivos da Odebrecht incluindo o próprio Marcelo Odebrecht, que envolve
em cheio toda a classe politica, principalmente do PT, PMDB e PSDB.
Dois
meses após a sua morte, há um silencio absoluto por parte da imprensa que não
noticia nada acerca da sua morte que está sendo investigado e periciado por
agentes da aeronáutica, já que a morte causada foi num desastre aéreo na região
de Angra dos Reis no estado do Rio de Janeiro.
No
lugar do Teori ficou outro Ministro Edson Fachim, e está dando a continuidade
as investigações da lava jato, apesar das ameaças por parte da classe política,
a operação continua a todo vapor apesar da contaminação em virtude de alguns
agentes não punirem todos os envolvidos, e sim somente uma parte que afeta
diretamente o Partido dos Trabalhadores (PT) enquanto os envolvidos do Partido
da Social Democracia Brasileira (PSDB) não há nenhum preso.
Voltando
ao tema do artigo, acompanhando de perto os acontecimentos na politica que está
longe da estabilidade plena e o golpe em curso no país, eu saliento em afirmar
que o governo Temer não durará até o fim deste ano, eu não sou vidente para
deixar bem claro, os motivos apontarei detalhadamente.
Primeiro:
a ação do PSDB no Tribunal Superior Eleitoral em cassar a chapa Dilma-Temer que
ganhou as eleição de 2014 para presidente da república continua em curso, tanto
que o presidente e ministro que atua como agente do PSDB nos bastidores o
Gilmar Mendes, já agendou o julgamento para a próxima semana pra decidir se
deve cassar ou não, se cassar a chapa, o presidente Temer será deposto do
cargo, e há evidencias para a cassação.
E
deixar bem claro que o caso Dilma está bem superado para os golpistas, pois ela
está fora do cargo e as pretensões dos tucanos é a busca pelo poder, portanto,
a ação movida continua a todo vapor mesmo fazendo parte do governo Temer.
Segundo:
a lava jato deflagrado pela polícia federal e ministério público federal
comandado por juiz Sérgio Moro e promotores como Deltan Dallagnol tá mirando no
Partido Movimento Democrático Brasileiro (PMDB) que com a delação da Odebrecht
pode colocar o governo Temer na degola e as lideranças na cadeia, que já ocorre
com o Sérgio Cabral e Eduardo Cunha, ex-governador do estado do Rio de Janeiro,
ex-deputado federal e ex-presidente da câmara dos deputados, ambos do PMDB
respectivamente.
Terceiro:
o Eduardo Cunha mesmo estando preso em Curitiba-PR, continua influenciando no
governo Temer, conversas de bastidores denunciado por grandes jornais do país
diz que a nomeação do deputado federal Osmar Serraglio a Ministério da Justiça
no lugar do Alexandre de Moraes foi indicação do Cunha.
O
Cunha só não aderiu ainda a delação premiada porque a sua esposa Cláudia Cruz
continua intacta pela lava jato, ou seja, poderia estar na cadeia pelo mesmo
crime que responde o seu marido, mas continua solta e sem previsão de
julgamento na frente do juiz Sérgio Moro.
Entretanto,
a sua permanência na cadeia está se tornando insustentável, tentou de todas as
formas na justiça o pedido de prisão de domiciliar a ponto de alegar que sofre
aneurisma, mas os exames médicos disseram o contrário, o que faz ainda
permanecer no presídio, a outra alegação é que ele está misturado com outros
presos de alta periculosidade e que a sua vida corre risco, alegações ignorado
pela justiça.
A
cada dia para o Eduardo Cunha está se tornando insustável, o que pode levá-lo
ao surto e decidir aderir à delação premiada, até porque a sua esposa Cláudia
Cruz pode ser presa a qualquer momento, até porque não há de fato garantias
alguma de que ela não possa ser presa, e se isso ocorrer, ele abrirá a boca e
contar tudo que sabe, porque a sua própria esposa o pressiona para delatar.
Quarto:
a lava jato deflagrado pela Polícia Federal (PF) e Ministério Público Federal
(MPF) incomoda o governo e seus aliados, há todas as tentativas de barrar a
operação ao criarem o projeto de lei que visa punir os magistrados que cometem
abuso de poder, gerando um desgaste entre dois poderes o Supremo Tribunal
Federal (STF) que representa o judiciário e o Senado Federal e a Câmara dos
Deputados que representam o legislativo.
Porque
o STF anulou o projeto de lei aprovado pelos deputados, obrigando os
parlamentares aprovarem o projeto original que por sua vez está parado sem
previsão de votação, com o intuito de barrar a lava jato, os promotores
ameaçaram deixar a operação caso fosse aprovado e sancionado pelo presidente.
A
autonomia da PF e do MPF está causando estardalhaço na classe politica como um
todo, senadores e deputados andam apreensivos e temerosos com as próximas
operações e delações em razão de terem os seus nomes incluídos na lista, a
investida deles de enfraquecer a operação está afetando o governo Temer que tem
pressa de aprovar as reformas da previdência e trabalhista, e teme que haja o
racha na sua própria base.
E
para complicar pro lado do governo, é a operação Carne Fraca deflagrada pela PF
e MPF que está desarticulando um esquema criminoso que envolve funcionários do
Ministério da Agricultura, grandes empresas no ramo de alimentos principalmente
os frigoríficos que fabricam carnes das marcas Sadia, Seara, Friboi, Perdigão e
outras.
Que
vai a não fiscalização devida na produção dos alimentos por parte dos fiscais
que eram subornados para não multar essas empresas, fazem vista grossa a
irregularidades, sonegação de impostos e se investigarem a fundo, descobrirá um
esquema criminoso que envolve os partidos políticos, de acordo com a prévia das
investigações, PMDB e Partido Progressista (PP) estão envolvidos no suposto
esquema.
E
sem contar que as empresas são grandes financiadoras nas campanhas eleitorais
principalmente para presidente da república, o governo Temer através da sua
base aliada no congresso nacional tenta de todas as formas enfraquecer a lava
jato, agora terá que conter o avanço das investigações da carne fraca e evitar
o embargo de carne pelos países importadores, porque causará demissão em massa
nos frigoríficos investigados.
Tudo
o que o governo não quer, haja vista que a economia de forma tímida começa a
dar sinais de melhora com o aumento da oferta de trabalho maior as demissões,
números da recuperação da economia apresentados estão longe de ser unanime por
estudiosos.
Quinto:
a nomeação do Ex-Ministro da Justiça Alexandre de Moraes para o cargo de
ministro do STF, a sua indicação foi mais de caráter político a caráter
técnico-intelectual-jurídico-acadêmico, porque ele junto com o Gilmar Mendes é
a esperança de convencer os demais ministros para barrar pelo menos
parcialmente a lava jato, tanto que o Mendes há poucos dias declarou defender a
anulação das delações da Odebrecht.
O
que irritou o Procurador Geral da República (PGR) Rodrigo Janot, que defende
abertamente a quebra de sigilo dos investigados e a homologação das delações
dos executivos e ex-executivos da empresa, incluindo o Marcelo Odebrecht.
Entretanto,
há quem desconfie do Alexandre de Moraes, porque ele foi de fato à indicação do
PSDB a qual era filiado até pouco tempo e foi secretário de segurança pública
no estado de São Paulo pelo atual governador Geraldo Alckmin do mesmo partido,
ele obviamente irá proteger os tucanos da lava jato, mas poderá não ser o mesmo
com os do PMDB.
Podendo
haver uma traição a cúpula do Michel Temer que nomeou para o cargo, haja vista
que boa parte dos ministros incluindo o próprio presidente são citados nas
delações e investigados na lava jato, e ressaltando mais uma vez pra que você
leitor não esqueça, o PSDB quer o poder a todo e qualquer custo.
Com
isso, o Alexandre de Moraes no STF tem o compromisso de blindar integrantes do
PSDB (tucano é o símbolo do partido, e quem faz parte é chamado de tucano) como
o Aécio Neves, José Serra e Geraldo Alckmin da lava jato no STF, e entre o PMDB
e os seus verdadeiros aliados citados anteriormente, ele optará em proteger os
tucanos e deixar os pemedebistas na degola.
Sexto:
os tucanos estão prontos a abandonar o governo, e só não ocorreu até o presente
momento porque são verdadeiros autores e interessados nas reformas da
previdência e trabalhista, o apoio ao governo Temer está condicionado a
implementar essas reformas neste ano porque ano que vem (2018) são as eleições
para presidente.
Num
ano eleitoral, essas reformas jamais serão aprovadas e a classe politica não
colocará o seu mandato em risco pela aprovação tão almejada pelas classes
dominantes, principalmente os que defendem os interesses do capital estrangeiro
no caso o PSDB e as elites.
Se
as reformas forem aprovadas, os tucanos podem dar o golpe de misericórdia ao
tirar o Michel Temer da presidência, o presidente do Senado Eunício Oliveira do
mesmo partido do Temer que é do Ceará, é um dos investigados da lava jato, e se
for afastado eventualmente ou abdicar do cargo, quem assume é o Cássio Cunha
Lima, do PSDB e neo-oligarca da Paraíba.
O
Democratas (DEM) é o tradicional e histórico aliado dos tucanos, que é
presidido por Rodrigo Maia na Câmara dos Deputados e integrante do partido,
portanto, está tudo orquestrado para o golpe final, que será dado após a
aprovação das reformas, a Lei de Terceirização ampla e irrestrita que também
interessa os tucanos e as classes dominantes já foi aprovado na câmara há
poucos dias.
E
outra que deve ser ressaltado, o PSDB é o verdadeiro autor das reformas, mas
não quer a sua digital impregnada que por ventura houver desgaste do governo
que anda combalido pela opinião pública e sociedade em geral, o desgaste
recairá exclusivamente no PMDB, para que possam romper sem feridas e ter a
candidatura pra presidente da república sem arranhão em virtude das reformas serem
aprovadas eventualmente.
Sétimo:
após o Impecheament, a população aos poucos está se dando conta de que caiu
numa grande cilada por aqueles que queriam golpe de estado, principalmente aqueles
que foram as ruas vestidos de verde e amarelo e bateram panelas nas sacadas de
seus apartamentos para pedir o “Fora Dilma” e “Fora PT”, a prova disso foram as
manifestações no último dia 26 de março que foi número bem abaixo do esperado,
aqui em São Luís foram 30 pingadinhos protestar em frente à Assembleia
Legislativa.
Grupos
como Movimento Brasil Livre (MBL) e o Vem Pra Rua não estão mais convencendo as
pessoas com os mesmos discursos como a de querer a prisão do Lula, e outro
fator que deve ser ressaltado é que não houve em nenhum momento o “Fora Temer”,
pois a sua popularidade é mais baixa de toda a história (5%), o que fez as
pessoas não aderirem as passeatas.
Muitos
coxinhas e paneleiros estão arrependidos da merda que fez, e estão recebendo de
brinde as reformas da previdência e trabalhista que as pessoas irão se
aposentar com a idade mínima de 65 anos mas ter que contribuir no mínimo por 49
anos, ou seja, trabalharão até morrer e sem direitos trabalhistas, tanto para
homens e mulheres.
Entidades
que apoiaram o golpe como a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) já se
posicionou contra a reforma da previdência, uma espécie de mea culpa por ter
apoiado e pedido o Impeachment da Dilma Rousseff, e a ficha tá caindo na
população, em que o processo de afastamento da presidente legitimamente eleita
por crime de responsabilidade fiscal foi uma farsa, um pretexto esfarrapado que
os fatos vindos à tona falam por si, mas infelizmente há quem insiste em
afirmar que não houve golpe e o afastamento definitivo foi legitimo.
Caindo
na realidade a população, os coxinhas e paneleiros estão todos com a cara
enfiado na lama de tanta vergonha por terem sido usados como massa de manobra,
e os líderes como Kim Kataguiri tá indo para o anonimato e sendo recolhido a
insignificância.
Porque
ele e todos os demais serão lembrados um dia como idiotas uteis que serviram
para serem os bobos da corte daqueles que queriam a derrubada do PT para
implantar a tão sonhada reformas que o Fernando Henrique Cardoso (PSDB) nos
seus dois mandatos de presidente da república de 1995 a 1998 e 1999 a 2002 não
conseguiu implementar no seu governo, e foram descartados sem direito a
reciclagem.
Oitavo:
as direções sindicais que estiveram omissas com todo o acontecimento desde a
abertura do processo de Impeachment que tirou do cargo Dilma Rousseff e as
reformas em curso, estão sendo obrigadas a fazer mobilizações em todo o Brasil
para barra-las.
A
tão conclamada Greve Geral está se tornando inevitável, e as direções das
centrais incluindo a Força Sindical do Paulinho da Forca, deputado federal que
foi um dos articuladores do Impeachment e apoio do governo Temer, e um dos
líderes do Solidariedade (SDD) está praticamente rompido com o governo.
A
repercussão negativa da sociedade as reformas da previdência e trabalhista está
rachando a base do Michel Temer no Congresso Nacional, tanto que no senado já
há um racha acerca da Lei da Terceirização aprovado na câmara, e o racha está
acontecendo no próprio PMDB, e isso se deve as investigações da lava jato e carne
fraca, e o senador Renan Calheiros (PMDB-AL) que não morre de amores por Temer
e foi um dos últimos a aceitar a ideia do Impeachment articulado por Romero
Jucá, está liderando o racha do partido em não aprovar as reformas do governo
no senado, principalmente a previdência e trabalhista.
O
último protesto realizado no dia 15 de março organizado por centrais sindicais
como a Central Única dos Trabalhadores (CUT), por exemplo, reuniu mais 1 milhão
de pessoas em todo o Brasil, a tendência é aumentar o número nos próximos
protestos.
O
propósito é partir para a Greve Geral, se isso acontecer porque o cenário é
propício em razão de mais de 13 milhões desempregados pelo Brasil afora, o
governo dificilmente resistirá as fortes greves, e as reformas poderão não ser
aprovadas.
Se
as reformas não passar, o Temer cai, o que os tucanos não querem pelo menos
agora sem antes aprovar as reformas da previdência e trabalhista, por isso a
pressa dos tucanos e das classes dominantes em aprová-las.
Nono:
o desgaste do governo Temer e a repercussão negativa da sociedade as reformas
citadas estão fortalecendo novamente o Lula, e consequentemente fortalecendo a
Dilma Rousseff porque a população como disse antes, está abrindo os olhos ao
perceber que o Impeachment foi uma farsa, ou seja, um golpe, que os brasileiros
foram enganados com a promessa de que a economia voltaria a crescer e os
empregos ressurgir.
O
que pode atrapalhar o plano dos tucanos em dar o golpe de misericórdia, são as
reformas não serem aprovadas este ano e em tempo hábil antes das eleições de
2018, porque aprovando a reforma ou não, o Lula é o candidato com todas as
credenciais para ser eleito no ano que vem, pois os tucanos não tem candidatos
a altura pra disputar o pleito com o ex-presidente.
E
nem os outros tem as credenciais para disputa-lo, nem mesmo o fanfarrão do Jair
Bolsonaro que nem a própria direita quer apoiar até o presente momento, mas se
a reforma da previdência e trabalhista não forem aprovadas este ano, o plano
golpista dos tucanos praticamente cairá por terra.
Porque
caso o PSDB governe o país com a cassação do mandato de Temer que será julgado
nos próximos dias no TSE, os tucanos não terão coragem de implementar as
reformas em véspera de eleição, protestos e greves por todo o país caso a Greve
Geral ganhe força e seja posta em prática, e o Lula cada vez mais fortalecido
para as eleições.
Que
caberá a justiça através dos ministros do STF, TSE, e os operadores da lava
jato comandado pelo juiz Sérgio Moro impugnarem a sua candidatura, conseguir
provar o seu envolvimento em algum crime de roubo da Petrobras, que pode o
colocar na cadeia, e se isso ocorrer, o Brasil poderá de vez mergulhar na crise
política, pois poderão prender um ex-presidente que deixou o governo com mais
de 90% de aprovação/popularidade.
Superando
o Getúlio Vargas e Juscelino Kubitschek, que são considerados os melhores
presidentes da história do Brasil nos últimos 100 anos.