sexta-feira, junho 7

O mal necessário – A internação involuntária aos dependentes químicos

Por William Washington de Jesus

Acaba de ser aprovado no Senado Federal e Câmara dos Deputados em Brasília – DF, o projeto de lei que aprova a internação involuntária aos usuários de drogas e dependentes químicos, principalmente estes últimos, num estagio que não tem mais autocontrole, poder de decisões e completamente dominado pelas drogas.

Antes da aprovação da lei, as polícias dos estados de São Paulo, Rio de Janeiro e também do Maranhão fizeram operações para retirar dependentes químicos nas ruas que para sustentar os seus vícios praticavam roubos, furtos, assaltos, e, às vezes, o latrocínio (roubo seguido de morte).

E levavam para os Centros de Atenção Psicossocial, fundações ou ONG´s (Organizações Não Governamentais) que tratam o assunto, a ação do estado feito por agentes das polícias civil, militar, da saúde, assistentes sociais e psicólogos não foram unanime na sociedade, imprensa e opinião pública em geral.

Fizeram duras criticas a esses agentes que fizeram a internação de forma “arbitrária” aos dependentes químicos, por acharem que os mesmos é que devem decidir se querem ou não a internação ou o método adotado pela operação com a presença de policiais não contribui em nada para a recuperação destes enfermos.

A questão é que o uso das drogas, principalmente do crack, está destruindo muitos lares, principalmente de famílias pobres que não tem condições de internar os seus filhos em clínicas decentes que realmente tratam a recuperação destes das drogas. O fácil acesso e o preço barato para consumo das drogas, especialmente do crack, está crescendo de forma desenfreada o número de dependentes químicos, que acabam indo para as ruas se juntando aos mendigos, para manter o vício, cometem assaltos, furtos e roubos, ou às vezes o latrocínio, e as ruas acabam sendo ocupadas por estes que acabam sendo conhecido como a cracolândia.

São Paulo e Rio de Janeiro, maiores capitais do país já sofre com esses problemas, ruas ocupadas por dependentes químicos sem precisar a hora exata, que parecem zumbis andando pelas ruas sem rumo e direção, completamente dominados pelo vicio, sem assistência da família que às vezes não tem condições financeiras, ou seja, jogados a própria sorte.

uas em que os pedestres não passam mais com medo de serem assaltados ou até mesmo serem agredidos e violentados, comerciantes com seus estabelecimentos comerciais fecham as portas com medo de serem saqueados ou ter o seu recinto invadido, é um problema que a sociedade está atônita com a tamanha gravidade e o estado durante muito tempo esteve omissa porque era um problema que afetava quase exclusivamente as famílias pobres e em áreas pobres, como favelas por exemplo.

A questão da droga está afetando todas as classes sociais, do morro está agora indo para o asfalto, do asfalto indo para os lares, atingindo até mesmo aqueles que não usam drogas ou ente querido que use. As ruas das cidades que sempre foram ocupadas por estudantes, trabalhadores e policiais para manter a ordem, agora estão sendo ocupada por mortos vivos que vagam sem rumo e direção.

É triste e deprimente ver jovens em grande maioria, envolvendo mulheres e homens, crianças e adolescentes também, todos sujos e maltrapilhos que ficam meses ou anos sem banhar e escovar os dentes, e são misturados juntos ao medingos sem nenhuma perspectiva de melhora de vida. Imagine então um ente querido seu? Seja um familiar, parente ou amigo.
É necessária a intervenção do estado para resolver ou amenizar essa problemática, a situação que se encontra as grandes cidades, e está atingindo cidades interioranas até com menos de 10 mil habitantes, deve ser solucionada, não podemos ficar inertes em ver os nossos jovens vagando as ruas das cidades totalmente dominadas pelo vício.

Antes de tudo, é necessário diferenciar do usuário a do dependente químico, porque o usuário é aquele sujeito que estuda, trabalha, tem uma vida normal como qualquer cidadão que paga religiosamente os seus impostos, tem famílias as vezes e leva uma vida tranquila sem causar transtornos a sociedade e nem ao estado (exceto a família caso não aceite o uso de drogas), mas a diferença é que o sujeito é usuário, o mesmo com o seu trabalho e o salario que recebe mensalmente ou a boa condição financeira da sua família consegue sustentar o vício, o sujeito demonstra certa capacidade psíquica e intelectual da ciência de que está usando e o dano que pode causar a si e a sua família, podendo decidir plenamente se queres continuar ou largar o vício.

Eu conheço muitos colegas que trabalham, estudam, tem família, levam uma vida normal, mas usam drogas, seja uma maconha ou cocaína, e eles não causam (pelo menos aparentemente) transtornos a sociedade e nem ao estado, são pessoas honradas e responsáveis em seus trabalhos e estudos.

Quanto ao dependente químico, este chega ao estagio de completo viciado a ponto de largar o emprego ou ser demitido, abandona os estudos, deixa a família de lado (quando não é abandonado), dominado pelo vício e sem perspectivas, acabam indo para as ruas, e pra manter o vício, cometem delitos.

Essa é a diferença do usuário ao dependente químico, que as vezes se confundem, diante dessa gravidade é necessário o estado agir para amenizar o problema, é dependente químico deve sim ser internado, mesmo contra a sua vontade, porque este não responde mais por seus atos e nem por suas decisões.

Especialmente os que são de famílias pobres ou abandonados por estes, devem ser internados compulsoriamente e levados a centros de atenção psicossociais, fundações ou entidade e organizações que desenvolve trabalhos de recuperação dos dependentes químicos.

Porque o estado não pode mais tratar o usuário e o dependente químico como criminoso, deve separá-los dos traficantes que lucram com as mazelas alheias, que pra mim o traficante deve ser morto, tanto o da ralé como também da classe alta, a mesma ideia que prego de policial bandido, corrupto e que só reprime negro e pobre da periferia deve ser morto sem piedade, é o mesmo com os políticos corruptos e também os traficantes, não podemos defender estes, que lucram milhões a custa de milhares de almas, principalmente jovens e pobres.

O estado mais do que nunca não deve se ausentar ou camuflar o debate acerca da legalização do consumo das drogas, entre elas a maconha, já que no Uruguai, país vizinho no sul do Brasil legalizou a erva cannabis (maconha) pra combater o tráfico de drogas no país.
Quanto a cocaína, heroína, exctase e outras, deve-se aprofundar o debate e analisar minuciosamente as consequências que poderá causar essas drogas a sociedade, pois a maconha entre todas as drogas é a que menos causa danos a saúde, não que seja inofensiva é claro, mas é a menos maléfica.

E é utilizada até mesmo para tratamento de muitas doenças, como a AIDS, por exemplo, e por ser uma erva milenar utilizada por várias etnias indígenas aqui na América muitos anos/séculos antes da chegada do primeiro homem branco europeu, é usada principalmente em eventos e rituais religiosos de acordo de cada etnia, como os Astecas, Incas e os Maias, por exemplo.

Legalizar a maconha é necessária para combater o tráfico, e por ser menos danosa em relação as demais drogas, quantos as outras, o estado deve promover e mobilizar a sociedade em geral para participar mais nessa discussão.

Entretanto, o estado deve investir mais na saúde, principalmente em casos de dependentes químicos, construir clínicas especializadas para esse tipo de tratamento, e não interná-los em clinicas de doentes mentais para receber o mesmo tratamento, e que não devem de fato receber o mesmo tratamento por serem casos específicos diferenciados, e que em nada ajudará o dependente químico.


Um comentário:

Anônimo disse...

Maconha: porta de entrada para outras drogas. Se vamos legalizá-la,por que não legalizar as outras também. Lembrando que álcool também é droga, e droga pesada. Deveria ser proibida. A experiência da lei seca norte-americana mostra que o número de alcoólatras diminuiu sensivelmente durante o período em que ela vigorou.

Não existe dependência química, existe ADICÇÃO, uma DOENÇA, progressiva, incurável e fatal, cujos finais são sempre os mesmos, PRISÕES, INSTITUIÇÕES, MORTE. Não existe cura, mas existe controle.

Internações não adiantam se depois o adicto não buscar uma nova maneira de viver com a ajuda de um programa de 12 passos, e tudo de que se precisa é um desejo de parar de usar. Sem ele, estarão condenados; com ele, acontecerão milagres.

Um adicto que não queira parar de usar, não vai parar de usar. Pode ser aconselhado, persuadido, internado, pode-se rezar por ele, pode ser amarrado, trancado, surrado, mas não vai parar até que queira parar.

SÓ POR HOJE FUNCIONA!